terça-feira, fevereiro 14, 2012

Segundos são os vãos entre os dedos, com tetos flácidos inversos.
Os vãos que agarram, são compridos.
Quando pisa, está a tempo.
Fuja do que memoriza.
Ordem benfeitora ao vasto eco.
Onde venta invenções interminadas.

Muro informante do erro mal visto pela contemplação.

Marcha comandante dos destroços imóveis,
didaticamente flácidos.
Tudo bem se ele não voltar.
Aqui, nesta caixa, está o desengano que deixou a tarde.
Hoje, sem teus fluidos, ela dorme sem saber quando adormeceu.
Ela te esperou, ainda moça, encheu-se de lua escondida e sonhou: "tudo bem se ele não voltar".
Não é assim que sorrisos são levados? Os bons que ela sorriu.
Tão admirada de danos, calou-se e chamou no sonho a flauta perdoada.
Mas que fim! Metade do verso cantou: "esperando, esperando, que já vem, que já vem..."
Quando estamos a par, desejo, terrivelmente, que se afaste do ponto final.
Que destrua a mais ingênua das lutas.
Que veja o que enxerguei nos tempos a par.
Por fim, essa dor disseminada, foge da realidade discriminada.
Não vejo, percebo.
Funções rápidas.
Não quero ser em ti, germinado.
Impossível uma mente maliciosa não ofender-se com safadezas as cegas.
Nua, desaprendo a ser.
Com o olhar que interroga, olhos de chorar e assim seguir a dúvida, por ser acompanhante do híbrido amor.
Tua, quero compor vestígios.
Anoiteço para ser o que te transborda.
Amor;
Palavra aveludada, macia.
Ritual vitalício, diariamente restaurado.

Metrô

Agora começa a vir com tudo e mais nada, em minha direção essa gente cheia de perfumes e salários mínimos.
Roçam parte de seus corpos conquistados em chamas.
Procuram a espécie de suor incompatível.
Seus olhares competem distração.
Fazem do dia um promíscuo período histórico.

07.02.2012