Nessa madrugada o telefone tocou muito,
e a cada sono que pegávamos com os olhos, o "triin" roubava.
Rolavámos no espaço de cada lado,
nossos olhos estavam fortes,
mas escutei pássaro preto que anunciava o despertar,
e seus olhos pararam de brincar.
Os meus eram meninas sapecas que não querem entrar pro almoço,
e choram abraçadas com seus joelhos,
sentindo asas na garganta.
'Mas, mãe, eu aceito a vida',
e chorei de birra.
Você abriu a porta contra alguma vontade,
e foi tocada pelo vento frio.
'Não me espere nas esquinas,
se alimente bem,
bolei flores,
fale sobre a vida,
prenda seu cabelo novo,
e jogue-o pra mim.
Tome seus remédios,
que eu ainda descubro algum
que faça eu voltar a ter
aquela pilha de livros nos braços,
uma lousa encostada na parede,
nenhum olhar distante por tempo demais,
um jeito de escalar essa torre,
e nenhuma asa no estômago.'
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