sexta-feira, dezembro 17, 2010

Era aquele o peso da verdade? Um escorregador pragmático, liso, fácil como o pulo final na areia. Sendo devota a todos aqueles que a menosprezava, pois sendo assim, saberiam a identidade forçada, sem notar a sujeira que o próprio corpo eliminava sem grandes cerimônias. Qualquer um poderia levantar tua saia, poucos, no entanto, a deixariam sair andando, sair correndo, sair chorando e confundindo tuas lágrimas com as lágrimas de cima, poucos enxugariam a chuva daquelas mãos a mostra, poucos responderiam ligeiros que o que querem, é um sorriso maldoso colhido do próprio confessionário.
Pagamento atrasado de uma história escravocrata.
Dezessete velas para uma morte diária.
Um abrigo para a riqueza de uma velha alma.
Que faça falta a revolta.

2 comentários:

  1. Um dia, sem anúncio, a revolta deixa a cama de manhã, nas pontas do pé e fica no seu lugar só o ceticismo. Mas esse é um bom companheiro, também. Mesmo que, certas noites, o cheiro do perfume dela, aquela fragrância maldita, ainda seja perceptível...Belas imagens, menina Dali.

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  2. Não sei como é ser abandonada pela revolta de manhã. Mas sei que ela e o ceticismo revezam na quinzena.

    Ah, obrigada.

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