sexta-feira, dezembro 17, 2010

Vivo por meus medos, por quantas vezes viajei e perdi a conta de estar deixando cada pedaço de mim nos pontos mais atemorizadores e improváveis. Momentos em que a respiração não funciona se a boca estiver fechada, ela tem de se abrir, esperando que o vento a sacie, que o pescoço ensope. São os únicos momentos em que ser frágil, torna-se o ápice do perigo, obscuridade e prazer. O vento, enfim, se transfigura num ávido desejo... Percebo o quanto vai ser difícil alguém me possuir ou tentar me achar por inteira, quando já pude desfrutar da crueldade de uma estrada, de uma viela cósmica, de um sopro navegante...
Por alguns segundos, lembrei profundamente quem eu era.

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