sábado, janeiro 15, 2011

Daniel

Não sei como seria ter de te dizer que seus livros comigo, e meus livros contigo, eram para as palavras distintas solitando por entre folhas de concreto.

Não sei, porque não são.

Dizer que os fios do meu cabelo e minhas mãos, não confundiram traços de errantes verdades.

Não confundiram, porque não mentem.

Perdi no que era vivo, e fez-se cinzas de alumínio, na minha descrença embriagada e já quase extinta.

Nessa vida de excremento, na qual proponho-me a empurrar junto contigo, até o ralo.

Juro que não sonhei, por ventura, com nossas ocasiões celibatárias, banhadas por nossas necessidades; precisamos de ar, um ar que ama como a estrada começa. Porém, os outros, precisam do NOSSO ar; um ar em conserva, oferecendo um nano aprendizado, em parcela... Não devemos nos acostumar com isso, afinal, não anunciamos nenhum pedido confirmado.

Mas saiba que a abstinência é a droga que evacua, onde nossos inimigos se escondem, num lugar que nunca saberemos empiricamente, escondem-se na brasa, no sulco de um charuto qualquer, para que pensemos que a queimadura, nos faz revolucionários virados a casaca, nos faz cruéis, corruptos, nomeados, miseráveis de piedade.

Mas essa é uma mentira bem contada e imposta.

Tentei compreender antes do meu corpo-mente pedir, mas, esse pedido, obviamente, foi um impulso para a auto-compreensão. E agora, o que fazer, se meus egoísmos contigo, ficam invisíveis, existentes, mas invisíveis a tato nu?

És um cajado que não se restringe apenas a um vermelho mar.

Calei as doutrinas, mas continuo sendo caótica.

Possuo uma idade-luz, não avançada, mas distante do estado cru e azedo terreno.

Não são somente três vidas, entenda, são sopros que transgridem o físico, a sucessão de fatos. A liberdade assusta, por isso assustamos, e continuaremos assustando. Pra isso, não precisamos interromper os processos contínuos de renascimentos.

Era meu nirvana, agora és meu bodhi.

3 comentários:

  1. Isso foi um estrondo sõnico, um acalanto de verdades que vieram em hora precisa.
    Essa transgressão física é como uma obra mágica da natureza; um fenômeno raro que deve ter hora e lugar certos pra acontecer e acredito que só em você posso ter. Nesse fim-de-semana descobri muitas coisas relacionadas a matéria, ou melhor, o sacrifício que há em querer ultrapassar essa barreira ao metafísico. Dói bastante, mas pensei na substância que pode me curar desse sangramento momentâneo. Suas palavras foram e são inspiração pra tudo oq ue acontece perto de mim, comigo, Paola. É algo como uma 'aceitação automática' das circunstâncias em vida. Acho até que é a própria traduzida em pessoa.
    Essa caminho-estrada foi feito pra correr, atravessar o mundão e fotografar com os olhos tudo, dissipar, fazer o excremento ter gosto de baunilha.
    Sou como automóvel potente que percorre as estradas e não tenho culpa pelas caronas que dou, mas às vezes preciso de uma revisão. Talvez precise mais de suas palavras mágicas do que imagine, pois elas não acariciam de graça; dizem as verdades sem maniqueísmo.
    Fique sempre por perto pois és como Shiva nesse momento em minha vida; a bandeira dessa minha revolução.

    ResponderExcluir
  2. não era "dizem", era "diz".
    mas acho que deu pra entender

    ResponderExcluir