terça-feira, abril 19, 2011

Carentou, devagar, uma menina cheia de careta.
Seu nome Carmem fez-se, inesperadamente, muito dito e visto.
Por se ver vista e tão visitada, vestia-se sempre da cor carmim, enquanto deslizava seus pezinhos do interior, carpenteando vísceras dos apaixonados.
E as sofredoras eram vistas às tremedeiras, mas nos sonhos as mãos de Carmem ofereciam caronas de amparo.
"Cargas d´água!" exclamavam por dentro os mais orgulhosos.
Sua carne limpa, era pouso pras aves, cama pros mamíferos, mas era pouco carnal. Teu carisma nos persegue até hoje, és nosso carma, nossa Carmem.
Nas cartas, nos declarávamos, agora resta um carvalho onde a menina repousava nos dias ensolarados, por ter sido vista... Como a víamos, transnuda e ofegante declarada!
Não subiram, nem sequer uma vez, os pezinhos, em carroças ou carruagens, mas ela se pertencia, e apostamos nossos carneiros que teus seios eram como carrosséis.
Já tínhamos caravelas, mas as prendemos, pois queríamos Carmem em prontidão e cárcere.
Teu cardápio se detinha em carambolas quase avermelhadas, que num impulso delicado apanhava, e abocanhava, erguendo uma das mãos-recipientes de carocinhos secos.
Implorávamos por tua caridade em silêncio, e pelo silêncio, nos sentimos desde a existência-Carmem, caricatos.
Agora somos cardíacos, derivados, dela, por ela. Deitando nos matos que um dia, aqueles pezinhos acariciaram.
Ai, se um dia pudéssemos nos camuflar em tua pele de camurça, de vinho, de embriaguez sã!
Nem a carabina, de um maldito indigente mirou nosso pra sempre alvo, alvo da nossa clara visão, agora escurecida.
Nem todos os caracteres suportam a desesperança de chegar aos teus ouvidos, perdidos em outras carícias.

Por Vocêu, Daniello, p d . . .

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