Mãe, dê dois passos para trás, talvez isso alivie as minhas dúvidas que eu não quis que você respondesse, quem sabe isso alivie meus gritos abafados quando você se escondeu em nossa construção.
Eu disse tantas coisas, mas as coisas deixaram de ser somente o que são, eu deveria acreditar na pessoa que você acredita que é?
Não queria confiar em nada quando teus joelhos dobravam ao me abraçar, isso faz com que eu pense, e pensar é o fim do labirinto, mas sair do labirinto não é um desejo meu.
Eu me apeguei nas minhas próprias conclusões e palavras repetidas quando disse que é lindo amar, não pelo que as pessoas fazem mas pelo que elas são.
Veja minha pele se arrepiando quando a porta está aberta, uma porta que foi erguida tarde demais.
Algum dia vou me disponibilizar a um bando de animais para protegê-los com troca de necessidades? Você verá?
Dê três passos para o passado, não sei como será o lugar que vamos nos reencontrar. Não quero que seja o mesmo lugar onde pensei que fosse meu lar. Será que andando assim você finalmente compreenderá a vida?
Ela é mais grave do que eu pensei? É mais alta do que aquele último passo pensou que era?
Faz tempo que eu não narro sobre a felicidade, mas ontem ela apareceu pra mim. Era você?
Conte-me quando as pessoas deixaram de pensar que são debutantes. Conte também quando vou deixar de possuir toda decadência que aponto nos outros.
Eu só consigo ver flechas coagulando e ponteiros, eu prestei muita atenção no último, mas ele só me ajudou a adormecer.
Quantas vezes eu te disse que não conseguia dormir e você sussurrou pra eu fechar os olhos...Eu só dizia que não adiantaria porque não queria que adiantasse, por isso querem me tirar do aquário, pensam que peixe de olho aberto é perigoso para sonolência.
Faz tempo que eu não como em paz. Faz tempo que as pessoas desacreditam na minha paz.
Adianta fechar os olhos, mas nem sempre quando fecho, tenho vontade de apagar.
Eu só consigo ver
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